terça-feira, dezembro 21, 2010

Apresentação do TCC







Esta apresentação nos tirou o sono durante muitos dias, mas na hora foi só alegria. A concretização de nossos sonhos, a culminância de nossas aprendizagens e mais do que tudo como diz a minha querida amiga Bia Guterres, as boas vibrações dessa REDE maravilhosa criada pelo PEAD.
É difícil falar do PEAD agora no final do curso, pois as experiênciasd vividas e partilhadas com pessoas tão queridas nos deixarão uma enorme saudade, mas com a certeza de que vencemos mais esta etapa da nossa vida e ainda passamos a fazer parte de uma REDE que continuaremos conectados para sempre se assim for a vontade de cada um.
Obrigado PEAD, obrigado Bea e Íris, obrigado tutoras e obrigado colegas, vocês são parte de um momento muito especial em minha vida!

domingo, novembro 28, 2010

Aprendizado é isso: de repente, você compreende alguma coisa que sempre entendeu, mas de uma nova maneira.
(Doris May Lessing)

Estava lendo as postagens e trabalhos referentes as disciplinas do Eixo VII e VIII e vi que a maior aprendizagem que tive não só nestes eixos, mas em todo curso foi a capacidade de me auto avaliar, em me questionar, em me compreender.
Acredito que todos os apelos e cobranças do Seminário Integrador tão questionados por todas nós, inclusive o Blog tenham me conduzido á esta prática e me oportunizado a adquirir este hábito tão necessário para o desenvolvimento de nossos planejamentos.
Hoje vivemos novos tempos, aprendemos novas maneiras de ensinar, novas formas de avaliar a aprendizagem. Assim, a necessidade de estabelecer novos parâmetros e metodologias passou a fazer parte de nosso dia a dia. Através de nossos relatos e workshop, tivemos a oportunidade de conhecer diversas experiências de utilização de instrumentos mais sintonizados com a realidade e o contexto da educação aprendidas na teoria em nossas interdisciplinas e vivenciadas na prática em nossas salas de aula juntamente com o relato de nossas colegas.
Com tudo o que aprendemos, temos hoje o dever de não mais gastar nosso tempo dizendo o que os alunos sabem e sim de fazê-los avançar, através de um balanço analítico das aquisições em relação ao trajeto percorrido, em identificar os obstáculos e as resistências não só dos alunos, mas sim as nossas.
O PEAD nos preparou para enfrentar os problemas sem deixar de valorizar toda caminhada que já tinhamos, de criar problemas para construir a aprendizagem de nossos alunos visando o aprimoramento da nossa carreira profissional.
As nossas dificuldades em compreender as novidades tecnológicas, nos conduziram á uma nova prática, á novas ferramentas e o melhor, a rapidez do mundo virtual que quando bem utilizado, torna-se um aliado fundamental para sala de aula.
Revendo do Eixo IX ao I, podemos entender o porque das estratégias, o porque das cobranças e como uma disciplina complementou a outra e nos acrescentou para formarmos o todo que temos hoje.
Obrigado PEAD, e mais obrigado Seminário Integrador

segunda-feira, novembro 15, 2010

Seminário 40 anos da FACED



Na última quinta feira, eu e minhas queridas colegas de escola (Gentil Viegas Cardoso) e de PEAD (Roseane, Maria Beatriz, Ilsa e Marivani), participamos do Seminário em comemoração dos 40 anos da FACED. Este Seminário foi muito interessante e polêmico e eu como adoro polêmicas não poderia perder. Acredito que os maiores questionamentos foram em relação ao Profº Artur Gomes de Moraes da UFPE, pois nos presenteou com um tema sobre: Alfabetizar e letrar cedo: não podemos perder tempo. Adorei ouvi-lo falar sobre as suas práticas e o seu posicionamento em relação á alfabetização com crianças da educação infantil. Artur, nos sugeria ver a metalinguística como a capacidade de refletir sobre a linguagem e por que não com crianças de 5 e 6 anos?
Este refletir sobre a alfabetização não deve ser feito com cobrança, para que o aluno escreva correta mente. Devemos sim, oportunizar o brincar e jogar durante a alfabetização para que o aluno se envolva e assim construa as suas hipótese. Artur nos sugeriu um jogo chamado batalha das palavras, o qual pretendo construir e aplicar com meus alunos; muito interessante por sinal.
Assim como o professor em questão acredito que respeitar a infância não implica em banir as palavras escritas e os textos do universo infantil. Com muita ludicidade, a consciência fonológica, o desenvolvimento de habilidades metalinguísticas e o aprendizado da escrita alfabéticas torna possível aos seis anos. A escrita tem o poder de materializar, faz com que a criança possa refletir sobre ela.
Nos disse ainda que não acredita em um único tipo de alfabetização, acredita que é uma mistura de vários métodos, um pouquinho do que deu certo em cada um, na sua realidade, na sua prática. Devemos observar como os efeitos de cada método de ensino fazem com que as crianças evoluam mais e assim formar a nossa prática docente para aquela turma.
Ao meu ver, cada professor se associa ao método da sua maneira. Cada um tem um olhar e uma compreensão do que é apresentado.
Nestes dois dias os conhecimentos debatidos e adquiridos foram muitos mas priorizei falar aqui sobre o professor Artur, por me encontrar no que apresentou, uma vez que meu TCC é sobre alfabetização, mas tem algo que foi muito marcante também.
Pela primeira vez, almoçamos no RU!
Foi uma comédia, me senti fazendo parte daqueles filmes americanos de escolas com seus bandeijões nos imensos refeitórios lotados de adolescentes.
Foi o máximo!!!

Eixo VIII



Neste oitavo eixo, trabalhamos com as interdisciplinas de Seminário Integrador e tivemos o Estágio Supervisionado.
Acredito que a aprendizagem de maior relevância em meu estágio tenha sido trabalhar utilizando arquiteturas.
“Durante o estágio desenvolvi com meus alunos uma arquitetura de questões de aprendizagens, onde trabalhamos sobre a história da escrita e todos os assuntos que fazem parte desta história e chegamos á algumas conclusões e aprendizagens”. (Cristina Coelho Aprendizagens sobre o estágio)
A forma de organizar a aprendizagem através de questionamentos, vivências, partindo dos alunos, mudou completamente as minhas aulas, tanto que passado o período de estágio, meus alunos encontraram outra questão e solicitaram trabalhar nela com tamanho entusiasmo e propriedade deste processo de investigação que me deixaram realizada quanto professora.
Busquei fazer de minha arquitetura um pequeno processo de interação com a língua escrita em que o grande desafio não foi apenas decodificar, mas também compreender os usos sociais da escrita.
Ao iniciar com os alunos a viagem pela história da escrita comentei e registrei sobre a necessidade de comunicação, passamos pelas diferentes escritas dos povos, a criação dos numerais, e sua evolução que foi do carvão para a argila, para a tinta feita de sangue dos animais juntamente com gordura, para a criação do alfabeto e utilização convencional. Depois, passando pela parte histórica da escrita onde a comunicação passa pelas cartas, até chegar aos modernos e-mails.
Propus um ensino baseado na evolução cognitiva, priorizando as competências que são necessárias nesta faixa etária, juntamente com a evolução lingüística, as quais englobam os conhecimentos necessários para o aluno aprender a ler e escrever. Além do mais, todo trabalho foi desenvolvido em cima de um rigoroso planejamento curricular centrado no processo de aprendizagem dos alunos. Houve um conjunto de conteúdos a serem ensinados que previam o tipo de linguagem a ser utilizado, os objetivos das atividades e da forma como realizá-las. Tentei organizar estes conteúdos em progressão de forma evolutiva, uma vez que os mesmo materiais e objetivos eram revisados pela professora e tutora, porém com propostas cada vez mais desafiadoras, dependendo é claro do nível cognitivo do aluno.
Ao final de meu estágio, meus alunos compreenderam que existe um alfabeto, um código e que necessitam deste para participar de um veículo de comunicação fascinante que é a escrita.
Acredito que tenha alcançado meus objetivos em sua maioria, pois vivenciamos novamente muitos destes processos históricos de forma lúdica, investigativa e também científica quando pesquisamos assuntos interligados e comprovamos nossas hipóteses.
Minha arquitetura foi concluída com a realização de uma exposição na escola que tinha como título: A história da escrita e mostrava parte das aprendizagens e descobertas que tivemos durante este processo.
O Seminário Integrador por sua vez me auxiliou muito nesta dura tarefa de fazer um paralelo entre a teoria e a prática, além é claro de nos direcionar e estabelecer os limites necessários ao bom andamento do trabalho através das datas e cobranças, é claro.
Difícil agora será cortar este cordão tão forte que nos une ao PEAD!

Eixo II

No eixo II trabalhamos com a disciplina Desenvolvimento e Aprendizagem sob o enfoque da Psicologia I, Escolarização, Espaço e Tempo na Perspectiva Histórica, Fundamentos da Alfabetização e Seminário Integrador II.
Na disciplina de Escolarização, Espaço e Tempo na Perspectiva Histórica, trabalhamos com as memórias históricas dos indivíduos, grupos e sociedade de modo geral; assim como a história da infância e a história da escola no Brasil. Tudo isso foi muito proveitoso, pois ao mesmo tempo em que íamos desenvolvendo as atividades em sala de aula, eu ia aplicando atividades semelhantes á meus alunos. Tive a oportunidades de conhecer um pouco da memória de meus alunos segundo o que eles acham mais importante e significativo em suas vidas.
Através dos estudos sobre a escola e sua história para humanidade, pude compreender um pouco mais e o por que de alguns acontecimentos em nossa educação no Brasil. Acredito que hoje em dia mesmo tendo um atraso enorme em relação aos demais países, inclusive latino americanos, nós já evoluímos muito e sempre que temos a possibilidade de discutir a nossa docência e as metodologias utilizadas progredimos cada vez mais nessa busca por uma educação de qualidade e acessível a toda população.
A psicologia de modo geral nos mostrou a característica de cada idade, suas possibilidades e limitações, fazendo com que nossos planejamentos viessem mais ao encontro do que realmente cada faixa etária necessita.. Este semestre também conhecemos os Fundamentos da Alfabetização e lemos um pouco mais sobre alguns teóricos muito importantes para alfabetização como Emília Ferreiro e Ana Teberosky, nas quais estou me fundamentando para escrever meu TCC. Acredito que tenha sido aqui o meu despertar para alfabetização, uma vez que até então não fazia nem idéia de como iniciar este processo e tinha verdadeira aversão pela possibilidade

terça-feira, novembro 02, 2010

Eixo VII



Através do Eixo VII tivemos a oportunidade de trabalhar com a interdisciplina Educação de Jovens e Adultos e ter um novo olhar sobre o assunto, algo que me fascinou e deixou muito realizada quanto professora e aluna. Isso porque, a escola regular ainda hoje, é organizada apenas para o convencional, não é levado em conta às especificidades de cada aluno e a grande diversidade cultural, assim como as carências e realidades tão distintas. Este aspecto se acentua mais ainda na Educação de Jovens e adultos (EJA), pois esta é uma modalidade que necessita de um olhar mais atento para descobrir como resgatar a atenção, a auto estima e a curiosidade deste aluno que na maioria das vezes se mostra com poucas expectativas e pouco crente em seu potencial.
A aprendizagem na EJA, assim como no Ensino regular, necessita de planejamento específico, pois mesmo sem ser alfabetizado, este aluno será letrado em vários aspectos, até porque teve que buscar outras formas de conhecimentos para suprir a falta de aprendizagem escolar. Fato este que muitas vezes fez com que ficasse excluído de grupos; até mesmo do ambiente escolar do qual deveria fazer parte. E isto ocorre por muitos motivos, dentre eles a necessidade de trabalhar para auxiliar a família nas despesas, ou a presença de dificuldades cognitivas, ou ainda, aquele que apresenta grandes problemas de indisciplina
O aluno da EJA em sua maioria, já tem muitas obrigações e geralmente vem para escola depois de um dia exaustivo de trabalho. Por estes e tantos outros motivos, espera da escola uma aprendizagem mais atraente e dinâmica. Tem que haver uma desestabilização do que o aluno já sabe, e nós, professores, temos que avaliar todas as possibilidades criadas pelos alunos; pois estas surgirão de acordo com os seus interesses.E, esses interesses serão os mais variados possíveis. Lamento ter tido todo este conhecimento apenas depois de sair da EJA, mas fico feliz por saber que muitos de meus pensamentos em relação á esta educação estavam certos e que agora quando surgir uma outra aprendizagem, poderei utilizar tudo que aprendemos neste eixo.
Também realizamos no Seminário Integrador a análise dos Blogs dos colegas e lembrei com saudades de quando recebíamos visitas sem ser as dos tutores e professores. Que pena que hoje em dia não temos mais este tempo disponível com esta correria de TCC, adorava quando deixavam recados questionando as minhas colocações ou fazendo outras em relação ao que eu me manifestava. Afinal acredito que esta seja uma das funções do Blog, comunicação.
Na discipliona de Libras, tive a oportunidade de conhecer um pouco da história da comunidade surda no Rio Grande do Sul, assim como as necessidades e o modo de comunicação entre eles. É muito interessante a forma como desenvolveram a língua de sinais e a variada significação que um símbolo pode ter.
A tecnologia para os surdos também foi algo muito importante e facilitador, o que até então eu desconhecia. Este fato para eles teve importância por tornar mais fácil,muitas tarefas do dia a dia que antes eram praticamente impossíveis, como falar ao telefone. Nunca tive a presença de nenhum aluno surdo em minha aula, nem tive a oportunidade de trabalhar com um aluno portador desta necessidade neste eixo, mas as experiências trazidas pela professora e o contato mais direto com este ambiente através da intérprete e dos objetos trazidos pela professora, me deu um maior conhecimento sobre o assunto.
Em Didática,Planejamento e educação aprendemos um pouco mais sobre as teorias educacionais, o processo que deve ser respeitado para elaboração de um bom planejamento, avaliação, organização de materiais didáticos e avaliação de todos estes processos, juntamente com a avaliação de nossos alunos e de nossa prática docente; o que me possibilitou fazer uma avaliação mais coerente e centrada na minha prática docente. Tive a oportunidade de me avaliar, e avaliar a minha prática em relação ás necessidades de meus alunos assim como pude elaborar melhor os materiais didáticos utilizados não só na minha sala de aula, mas como em toda minha escola.
Em Linguagem e Educação, pudemos compreender o processo de aquisição da linguagem tanto oral quanto escrita e como se dá este processo. Assim como, descobrir as variadas formas de letramento e significações que uma pessoa pode desenvolver. Esta interdisciplina foi muito marcante para minha aprendizagem como aluna e me instigou a procurar mais sobre este assunto e até encorajou-me a assumir uma turma de alfabetização para por em prática o que havíamos trabalhado, assim como para suprir as dúvidas que surgiram durante este eixo em relação á este assunto.
Todo este interesse me deixou apaixonada pela assunto e curiosa em saber como a criança adquiria a escrita. Assim, escolhi como Arquitetura para minha prática de estágio curricular a questão:
Como a escrita foi inventada?
Hoje, escrevo meu TCC pensando O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DA ESCRITA POR CRIANÇAS NÃO ALFABETIZADAS E SUAS SEMELHANÇAS COM A AQUISIÇÃO DA ESCRITA PELA HUMANIDADE.
Então, este eixo foi muito marcante, decisivo e especial para minha formação acadêmica.


Eixo 6

Neste eixo tivemos que realizar uma atividade em relação ao filme francês “Entre os muros da escola”, vencedor do festival de Cannes. É um filme longa metragem, que mostra o idealista professor François em sua prática pedagógica.
O filme apresentava situações como as vivenciadas aqui no Brasil, existem barreiras invisíveis que dividem as diversas culturas e pessoas que fazem parte deste ambiente escolar assim como seus conflitos.
Neste filme vimos a presença de situações vividas por estudantes e professores em um período de um ano letivo, onde podemos acompanhar mais minuciosamente como se procede este método de ensino-aprendizagem, e como cada parte se comporta e posiciona frente á isto.
Nesta época em que assisti ao filme com minhas colegas, tinha tido uma visão diferente do que a de hoje, quando me enchi de curiosidade sobre o que eu havia escrita e fui assisti-lo novamente. Num primeiro momento havia tido a impressão
do professor em questão ser investigador, conduzindo seus questionamentos, partindo das oportunidades surgidas em sala de aula, assim como partindo do interesse da turma e de suas necessidades. Uma visão totalmente contraditória com a que tive hoje
Acredito que este olhar mais atualizado seja o que descreveria melhor este professor:
Totalmente intolerante para os questionamentos dos alunos e limitado apenas no seu planejamento ignorando toda e qualquer contribuição trazida pelos seus alunos. Já os alunos, não são diferentes dos demais jovens de suas idades; até porque para eles, a vida é paixão, sentimento, emoção, entusiasmo, movimento. Poucos são os limites para sua imaginação, sua vontade de conhecer. Tudo querem ver, experimentar, sentir, com total liberdade. Sua vida é um todo, onde se entrelaçam o intelectual e o emocional, o pensar e o fazer. Estão inteiros em cada coisa que fazem.
A verdade, é que existe uma separação entre a escola e o mundo exterior. Ainda que o conteúdo dessas duas realidades seja o mesmo, as formas de percebê-lo e vivê-lo são muito diferentes. Enquanto em nossa vida cotidiana os conhecimentos se manifestam de maneira assistemática, espontânea, na escola eles são sempre sistematizados. Aí a cobrança dos alunos quanto à metodologia utilizada pelo professor, onde cobrava conteúdos, quantidades, material escrito; a prática que geralmente estão acostumados.
Para que aconteça aprendizagem é necessário que os conhecimentos resolverem problemas, se forem úteis, se tiverem sido transformadores do conhecimento para quem aprende.
Nós, professores, nos deparamos inúmeras vezes com esta situação; onde temos em uma mesma sala, alunos com realidades e vivência tão diferentes que nem parecem estar no mesmo país, inclusive na mesma sala de aula, onde é reproduzida parte dos ressentimentos raciais e sociais.
A disciplina de Psicologia II nos trouxe muitos estudos sobre as crianças; como pensam, aprendem, as etapas pelas quais passam... Mas dentre tantasuma das mais significativas para mim e que estou inclusive utilizando em meu TCC foi tentar identificar e justificar o estádio de desenvolvimento da criança a partir do significado das respostas. Para isso, tivemos que registrar e aplicar com alguma criança de nossa escolha utilizando um roteiro previamente estudado. Para justificar o estádio de desenvolvimento da criança, utilizamos o material passado pela professora, juntamente com o estudo do método clínico piagetiano. Com todo este conhecimento, pudemos tratar nosso aluno com mais especificidade e dando um auxílio maior e de melhor qualidade por respeitar as suas características e estádios em que se encontram.
Na interdisciplina de Educação de pessoas com necessidades educacionais especiais, conhecemos um pouco das leis Políticas Públicas Brasileiras em Educação Especial e o Projeto Político - Pedagógico da Educação Inclusiva. Para tanto, estudamos os principais documentos correspondentes: Constituição Federal de 1988, LDBEN.9394 de 1996, Resolução CNE/CEB no. 2 de 2001 e Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva de 2008. Pude refletir um pouco mais sobre a inclusão que está acontecendo nas escolas e sobre a exclusão que muitas destas crianças passam nesta tentativa de inclusão. Em minha escola a única inclusão é de uma cadeirante e de um menino com a visão muito prejudicada 95%, mas nenhum em minha turma. Mesmo assim, sei as dificuldades que eles passam e as necessidades que eles tem.
Na disciplina de Questões Étnicos Raciais na educação, pudemos tratar com mais atenção as diferenças que compõem os grupos familiares e os grupos de convivência. Pudemos ser sensibilizadas, a partir das trajetórias memoriais de identidade étnica e estudos sobre identidade, para o desenvolvimento da identidade racial e cultural dos afro- brasileiros. Identificamos e refletimos sobre a importância da história na formação identitária negra no Brasil. Conhecemos as dimensões da expressão afro-cultural negra , no sentido de qualificar o ensino-aprendizagem do aluno afro- descendente.


quinta-feira, outubro 14, 2010

Eixo V



Através das disciplinas cursadas neste semestre, (Organização do Ensino Fundamental, Organização e Gestão da Educação, Psicologia da Vida Adulta Seminário Integrador V)
percebi a importância de aplicarmos a construção de uma gestão democrática e participativa em nossas escolas. Isto porque uma proposta construída coletivamente e concretizada num bom planejamento, constrói a identidade da escola. Tenho certeza de que este tema foi o que mais me marcou devido à situação que eu enfrentava nesta época. Eu estava em uma escola sem possibilidade de escolha, construção...
Hoje vejo que se estivesse tendo a possibilidade de ter este conhecimento, não faria as mesmas colocações, mas isso faz parte deste crescimento maravilhoso que esta acontecendo em nossas vidas e não apenas pelo PEAD possibilitar o conhecimento, e sim pelo PEAD ter nos levado a pensar e repensar a nossa prática, a nossa metodologia, o nosso conhecimento.
Partindo desta necessidade, nós, professores devemos nos unir para trabalhar de acordo com as necessidades de nossos alunos, criando projetos, que visem despertar nestes, a consciência de serem comprometidos com os problemas sociais e participantes em suas transformações.
Neste eixo o Projeto Pedagógico foi muito presente e entendi que nada mais é do que o plano global da instituição, caracterizado principalmente por ser infinito e flexível. Isto porque ele se aperfeiçoa e objetiva de acordo com o planejamento participativo e os objetivos daquela comunidade escolar naquele dado momento.
O PPP está sempre aberto á modificações o que, a meu ver, proporciona este desafio: se reconstruir e construir quantas vezes forem necessários na busca de um melhor aproveitamento do espaço e recursos escolares. Através dele, podemos mudar a prática educativa, alterando concepções enraizadas e sobre tudo, enfrentar o novo.
Precisamos mudar a prática de sala de aula, vinculando esta á uma proposta conjunta da escola, ás concepções daquela realidade, daquele planejamento.
Pensando em PPP, devemos levar em conta as seguintes características:
* Á duração
* A participação
* A concretização
Em minha opinião, este documento deveria ser como um cartão de visitas; aonde cada um que chegasse para fazer parte desta comunidade escolar, o recebesse para assim poder se apropriar, conhecer e desenvolver os objetivos propostos por esta instituição, bem como as temáticas a serem abordadas nos seus projetos.
Também, tendo conhecido a forma de trabalhar com os PA’S, aprendi a lutar contra aquilo que NIETZSCHE já combatia, a vulgarização dos conteúdos escolares; os quais na maioria dos casos apenas desenvolvem um excesso de cultura histórica, impedindo o surgimento do novo.
Precisamos ter metas ambiciosas, tentando não deixar nenhum aluno para trás.
Lendo Gerard Vergnaud pude concluir que através das pesquisas aprendemos a conhecer as formas que se é possível aprender e assim, ensinar.
Nos mapas conceituais fica claro a relação entre a teoria e a prática, se for o caso, o percurso que está sendo traçado e o motivo que está levando ao erro.
Mais do que tudo, acho que o que o PA mais me possibilitou, foi apreciar o que deu certo e o que precisa ser reformulado e refeito.

segunda-feira, outubro 04, 2010

Eixo IV

Eixo 4

Acredito que no eixo IV aconteceu algo muito importante na minha vida acadêmica, parei para pensar sobre o que ensinava para meus alunos. E cheguei a conclusão de que ao ensinarmos as crianças, priorizamos o que é importante no nosso ponto de vista, e o que temos conceitos formados, definidos, ensinamos algo que temos o domínio, ou pensamos que temos. Em inúmeras vezes não lhes damos nem a oportunidade de pensar sobre outras coisas, sobre outros assuntos e nem se o que estamos trabalhando era o que gostariam de estar aprendendo, ou se muitas vezes tem conhecimento do que falamos, para associar ao seu dia a dia, á sua vida; construindo seu próprio conhecimento ou idéia sobre o assunto.
Achei muito interessante as colocações do Seminário Integrador em relação aos conceitos pré definidos que temos, as nossas certezas provisórias e dúvidas temporárias, pois jamais tinha pensado em como ocorre a nossa aprendizagem em como é complicado desfazer o que já tínhamos pronto em nossas mentes, em entrar em conflito com o que antes era a nossa verdade. As palavras da Bea e da Íris nos instigando, nos desafiando a reconstruir, a refazer, foi o que muitas vezes tem me ajudado nesta busca incansável da aprendizagem. A vontade de fazer melhor e diferente; e o resultado ficou maravilhoso! Foi justamente aqui que comecei a me apaixonar por PA.
Hoje, consigo perfeitamente me auto-avaliar a todo momento, consigo reestruturar, refazer, repensar o que é melhor, fazer diferente, fazer melhor.
Em pouco tempo tenho muito mais registros da minha vida profissional do que nos meus 9 anos de profissão.
Hoje penso, planejo, pratico, repenso, reescrevo, refaço, registro e publico! Já contaminei até minhas colegas da escola com estas novas idéias, ou melhor, este novo olhar sobre o educador e o educando.
Percebi também nos alunos, o prazer em experimentar, em questionar, em se ver na Internet, em se descobrir nos mapas, em questionar e buscar as respostas. Todos, quando conseguem ver a ciência em sua vida, em seu dia-dia, passaram a integrar esta nação enorme de pessoas que buscam o crescimento, a diversidade intelectual e a maior possibilidade de conhecimento. E é na sala de aula, na minha prática docente, que eu percebo o quanto à rotina não é mais rotina, o quanto tudo isto fez e faz diferença.
Aproveito a oportunidade e faço uma referência a disciplina de matemática, pois foi muito interessante a forma como planejaram e escolheram os assuntos para serem desenvolvidos conosco. Este semestre foi muito intenso e prático, acredito que isto tenha sido o fator mais relevante e importante. Todos crescemos juntos, buscamos o conhecimento necessário, aperfeiçoamos informações já existentes e crescemos com as discussões!

sábado, setembro 18, 2010

Eixo III

O eixo III foi sem dúvida muito importante na minha formação, devido a infinidade de práticas possibilitadas pelas disciplinas desenvolvidas.
Através das aulas de Educação Artística, aprendi que a arte pode ser mudada, acrescida, ser relida de infinitas maneiras, sem deixar de ser arte. Eu nunca havia pensado utilizar obras de arte, ou fazer releituras das mesmas.
Aproveitando o gancho, lembrei das aulas de teatro onde aprendemos também que nada é intocável, que peças teatrais, assim como as obras de arte, podem ser vistas ou realizadas com um outro olhar, com uma outra bagagem de cultura e conhecimento. Assim, me senti apropriada suficientemente destas idéias e montei um projeto envolvendo contos de fadas. Fiz com meus alunos uma releitura da história de seus personagens preferidos e construímos uma nova versão para essas histórias.
Para que houvesse uma relação entre as disciplinas deste eixo resolvi escolher os contos de fadas trabalhados na disciplina de Literatura Infantil, colocá-los em prática através das disciplinas de Teatro e Artes, cada qual participando com a sua característica e publicando e apresentando tudo isto através de uma disciplina que sempre estará presente em nossa vida acadêmica, Tecnologias. Claro que não poderia esquecer da disciplina do Seminário que sem ela jamais aprenderíamos a fazer todas estas costuras de conhecimentos.
Relendo as postagens deste eixo lembrei que estava grávida e passando por muitas dificuldades. Só ameaças de aborto eu tive 5, foi aqui neste estágio do nosso curso que eu descobri que além de conhecimento eu havia ganho amigos e que amigos!
Eu pouco podia participar e aprender, então todos me auxiliavam e tentavam me manter informada. Mesmo no hospital não perdi o contato com o mundo. E descobri o quanto a informatização estava sendo importante em minha vida. Recebi uma grande corrente de auxílio e amor, e tudo através da rede. Parece mentira, mas para quem não conhecia nem email, a comunicação virtual estava sendo minha companhia, força e esperança.
Que bacana relembrar estes fatos tão enriquecedores!!!

segunda-feira, setembro 06, 2010

PEAD...


Na última aula presencial no Pólo de Alvorada onde tivemos o primeiro encontro com os orientadores foi um momento ímpar dentro do curso. Costumo sempre fazer anotações nas aulas, mesmo com tantas solicitações da Bea e Iris não consegui me desvenciliar destas anotações em cadernos, papéis... Mas hoje, relendo as anotações do primeiro semestre de curso lá em 2006 pude perceber as grandes mudanças ocorridas em minha vida. E o mais incrível disto tudo é que na semana passada na aula com a orientadora e minhas colegas de TCC, pude ver o quanto ainda o PEAD tem a me proporcionar. Pela primeiro vez estou trabalhando com este grupo, algumas eu somente tinha contato pela lista, algo mais formal e naquele momento vi o quanto temos em comum e o quanto elas tem a me acrescentar e auxiliar nesta caminhada. Confesso que sinto até um vazio quando penso que não terá mais estas cobranças do PEAD, estas provocações que nos levam a descobrir muito mais do que novas práticas, mas a conhecer a nossa prática e questioná-la, revê-la, melhorá-la cada dia mais. Sempre que começo a elaborar um novo projeto para trabalhar com meus alunos, não consigo iniciar com outro procedimento á não ser as certezas que possuem e as dúvidas sobre o tema. Me sinto feliz e orgulhosa por tudo que aprendi, que passamos neste curso, mas também com a sensação de vazio, pois este cordão umbilical que nos une ainda é muito forte e fortalecido das mais lindas relações que podem existir no ser humano, a amizade e a cooperação.
Ainda não é a hora para despedidas, mas esta atividade que estamos envolvidas em rever os semestres que compartilhamos nos remete á estes pensamentos de que está chegando a hora...

sexta-feira, setembro 03, 2010

De volta ao passado semestre I

Relendo as postagens referentes ao primeiro semestre pude observar a dificuldade incrível que existia em relação á tecnologia. Percebe-se que muito deixava de ser realizado devido a falta de conhecimento das ferramentas tecnológicas necessárias.
Outro aspecto marcante eram as informações pessoais e os relatos das novidades que o curso oferecia, assim como as postagens obrigatórias de trabalhos da disciplina Escola, Cultura e Sociedade. As mesmas apresentavam poucas relações entre o que estava sendo trabalhado (pensadores e suas teorias) com a prática realizada em sala de aula. Ainda não existia uma consciência de que tudo que estava sendo apresentado tinha a ver com o que era necessário para ampliar cada vez mais o nosso conhecimento melhorando assim a prática com nossos alunos.
Em realção á ECS, acredito que a maior importância e significância que teve em minha vida foi analisar a mim mesma e meu trabalho quanto professora para poder mudar o que não estava bom, melhorar o que ainda necessitava de ajustes e conservar as boas práticas existentes embasando-as teoricamente.
Apesar das dificuldades encontradas, acredito que tenha sido o semestre mais inovador de todos, pois as mudanças apresentadas eram tantas que muitas vezes pareciam que seriam impossíveis de acontecer.
A minha maior surpresa foi reler a interdisciplina de Educação e Tecnologias da Informação e Comunicação. Agora, percebi ali um rico material que posso utilizar com meus alunos. Eles resolvem muitos problemas que surgem ao iniciarmos a utilização da sala de informática como os tutoriais existentes em uma das primeiras atividades chamada "escola".
A visita aos Blogs educacionais foi interessante, pois lembro bem que foi aí que tive a oportunidade de coletar materiais muito bons e que por sinal utilizo sempre que necessário em minhas aulas.
Isto é o mais interessante do PEAD, toda nossa aprendizagem não é estática, momentânea, ela pode ser vista, revista e aproveitada em diversos momentos. Naquela época tive uma leitura e aproveitamento diferente deste material do que neste momento. Isso se deve á vários motivos, mas principalmente ao fato de agora entender com mais clareza as informações disponibilizadas naquele espaço.
AMEI!!!
Não encontrei nada em meu Blog referente a disciplina de Escola, Projeto Pedagógico e Currículo, talvez dentre tantas atividades obrigatórias no Blog e o uso pouco esclarecido deste espaço tenha feito com que não apresentasse nada a respeito, que pena, pois foi uma das interdisciplinas que gostei muito e que trouxe experiências importantes como o auxílio na elaboração do PPP da minha antiga escola(Stella Maris).
Fazendo estas leituras tão antigas cheguei a reviver as ansiedades e alegrias que a entrada no PEAD proporcionou á mim.

domingo, agosto 15, 2010

Repensando o Tcc


" Escrever, eu já andava rabiscando mesmo antes de entrar para a escola. Escrevia nas paredes do galinheiro, no cimento do tanque ou no passeio da rua. Arranjava um pedaço de carvão, de tijolo, de caco de telha, pedra de cal. Minhas irmãs me pediam para traçar amarelinha no quintal. Eu caprichava. Usava uma vareta de bambu sobre a terra batida. Além de fazer as casas bem quadradas e certas, ainda escrevia os números e as palavras céu e inferno. De tanto as meninas pularem em cima, as palavras se apagavam aos poucos, mas escrever de novo não era sacrifício para mim."
Bartolomeu Campos de Queiroz

Hoje lendo e relendo o material disponibilizado pelo curso sobre o TCC, me deu um branco. De repente tudo que eu havia imaginado para fazer parece ter se perdido. Sei lá, no lugar da certeza vieram muitas inseguranças e dúvidas em relação á escolha.
O bom disto, é que esta novidade toda está me proporcionando muitas aprendizagens e descobertas. Fiz um estágio maravilhoso, cheio de construções e aprendizagens que envolviam á todos na turma. Mesmo depois do términbo do estágio, ainda continuamos com o mesmo tema frente ao interesse dos alunos que não se esgotava. Claro que o enfoque e as pesquisas mudavam de acordo com o nível mais evoluído que estas aprendizagens iam alcançando. Me senti muito orgulhosa e satisfeita como professora.

sábado, julho 10, 2010

Sonhos...

Meu sonho para o futuro é tão grande que nunca havia escrito. Pareço à personagem do livro A bolsa amarela de Lygia Bojunga, em certos momentos este sonho é tão grande que fica difícil esconder dentro da minha bolsa ou de mim mesma. Meu sonho é mudar a educação neste país. É torná-la algo possível não para poucos, mas para muitos. É possibilitar á pessoas que vem de onde eu venho esta chance de crescer; crescer e ser percebido, crescer e ser.
Hoje, escrevendo este relatório de estágio, lembro claramente quando uma professora da escola em que fiz a Educação Básica nos disse que deveríamos participar da solenidade de formatura da oitava série; pois para a maioria seria a única formatura. Isso na época me marcou muito, pois eu pensava diferente dela, pensava que seria a primeira de muitas. Passado o tempo, fiz estágio na mesma escola e tive o prazer de reencontrá-la. Ela, claro nem lembrava quando eu mencionei o que havia me dito, mas para mim, foi uma vitória chegar naquela escola e dizer eu venci!
Imagino quantos assim como eu também lembram daquilo que ela nos disse, muitos eu encontro diariamente e sei que tiveram aquele fim que ela previa, mas outros graças á sonhos não.
Nossa profissão pode ser desvalorizada, cansativa, mas tem um poder que muitos não sabem utilizar, podemos ser renovadores, estimulantes de sonhos, ou destruidores dos mesmos. Quanta coisa podemos com um olhar, um incentivo, um acreditar.
Posso dizer que um dos meus sonhos se realiza no dia 25 de fevereiro, dia da nossa formatura e abre caminho para um próximo que esta a caminho, pós graduação.
Sinto-me uma vitoriosa, pois sei do valor que teve este estágio para mim e para meus alunos. Mesmo diante de tantas dificuldades estou aqui, escrevendo meu relatório de estágio, eu que passei o estágio inteiro sem acesso á Internet em um curso que é virtual, eu que ficava mendigando á um e a outro a chance de usar o bendito computador.
Meu sonho pode estar longe de ser realizado em sua íntegra, mas ele se realiza diariamente em minha mente, em meu desejo e vontade quando faço meus planejamentos e junto com meus alunos construímos nossa aprendizagem em sala de aula. Lá, percebi que a cada ano, com cada turma tenho buscado um pouquinho mais a realização deste sonho por uma boa e significativa educação.

segunda-feira, julho 05, 2010

Está chegando a hora...

Parece mentira, mas mais um semestre está se acabando e com ele chega a apresentação do Portfólio. Estou muito nervosa e preocupada, pois quero fazer tanto e não sei se o tempo será suficiente. Preparei uma apresentação muito bacana, ao meu ver é claro, mas o tempo...
Meu estágio foi ótimo para mim e meus alunos, não sei se foi como deveria ser no que diz respeito á teorias, mas aprendemos muito juntos e estamos aprendendo cada dia mais. Não que antes da arquitetura não estivéssemos aprendendo, mas agora é muito mais significativo, produtivo e lúdico.
Hoje, enquanto eles me auxiliavam na preparação da apresentação, tive vontade de levá-los comigo. Com certeza seria um show vê-los falar com tanta propriedade sobre o assunto. Me sinto tão orgulhosa!
No sábado consegui enfim pagar a minha Internet depois de quatro meses sem poder utilizá-la em casa. Muitas coisas poderiam ter sido melhoradas, muitas coisas poderiam ter sido diferente, mas não deu, as razões financeiras foram mais fortes. Deste semestre ficam muitas coisas importantes, mas uma se salienta mais ainda a certeza de que nossos alunos sabem muito e gostam de participar quando lhes damo abertura. Eles sabem os seus erros, sabem julgar, sabem premiar é incrível a criticidade que conseguem ter quando necessário. Nem tudo foi festa, no início pensei que nunca conseguiria organizar aquele tumulto, que não aprenderiam com tantos levantamentos de certezas prévias, mas depois...
Aproveito a oportunidade e deixo aqui um convite para quem quiser apreciar tudo de maravilhoso que meus alunos construíram; este link é o link do meu wiki, ou melhor, do nosso, meu e da turma 14. Sejam bem vindos!
http://cristinacoelhoestagio.pbworks.com/FrontPage

Reescrevendo meu Portfólio de Aprendizagens deste semestre, fiz algumas avaliaçoes, reflexões e entendi a colocação da professora quando disse que em meu trabalho tinha muito do construtivismo de Paulo Freire, e eu não havia citado nas minhas referências. É verdade, claro que eu sabia, já havia lido muitas e muitas coisas sobre ele mas na hora de colocar em meu trabalho não lembrei, não destaquei, não dei a importância que realmente tinha... Tenho muita dificuldade em trabalhar com datas, pensadores, nomes de livros, acho que não desenvolvi esta parte do raciocínio. (risos)
Acredito que esta forma de trabalhar com arquitetura, incentivam os alunos a entender seu papel na sociedade, quando desenvolve neles o senso crítico e avaliativo tanto de suas ações quanto do contexto em que está inserido. Sendo assim, o processo de alfabetização propriamente dito seguindo esses parâmetros,inicia com palavras conhecidas pelos alunos; assim como ocorreu em minha arquitetura, que partimos do que sabiam, o que pensavam e então, construímos ou desconstruímos para construir novamente.
Parei para pensar o por que não se trabalha utilizando arquiteturas normalmente nas escolas estaduais se dá tão certo, e ao longo do desenvolvimento desta, obtive a resposta:
Pelo trabalho que se tem.
Engana-se quem pensa que trabalhar partindo das questãoes trazidas pelos alunos é mais fácil, ao contrário o trabalho triplica, só que ao mesmo tempo, as aprendizagens também. Nestas últimas semanas até dormindo me vem uma idéia e eu levanto para anotar e não perder o pensamento. Claro que todo este meu esforço tem sido recompensado com as atitudes e resultados apresentados pelos meus alunos.
Meus alunos adquiriram uma autonomia invejável e uma colega até perguntou como eu conseguia trabalhar na bagunça. Mas toda construção, todo trabalho que envolve necessita de conversa, discussão, produção, costumo dizer para quem comenta que é uma bagunça organizada!
Tenho certeza de que me encontrei, consigo trabalhar da forma que gosto, com ludicidade e ao mesmo tempo desenvolver os mesmos conteúdos que minhas paralelas.
Que incrível!!! A educação fascina.

domingo, julho 04, 2010

A história da escrita



Este foi o convite para exposição da turma 14 que aconteceu no dia 1 de julho.
A exposição estava maravilhosa! Os pais deram a honra de sua presença e a entrega dos Portfólios de aprendizagens deixou todos muito contentes com o desenvolvimento de seus filhos.
Assim que os pais chegavam percorriam os trabalhos que estavam expostos na sala, guiados pelos alunos. Depois de todos terem apreciado, sentaram e eu passei o power point que havíamos realizado durante o período de estágio.
Fiquei muito realizada com a produção de minha turma, a presença dos pais e ainda mais pelo brilho dos alunos quando olharam a sala organizada com os seus trabalhos. Ficaram eufóricos e vibravam mostrando para suas famílias o que haviam produzido e de que parte da história aquele trabalho fazeia parte.
Durante a apresentação de slides, os pais eram só sorrisos e as crianças gritavam enlouquecidos quando apareciam no data show.
Tudo saiu melhor do que eu havia previsto, pois não imaginava que eles se emocionariam assim como eu quando vissem não a exposição, mas o caminho que percorremos neste período, o crescimento que tivemos, as angústias, os acertos, os erros. Muito mais do que uma exposição, tenho certeza de que a medida que íamos montando a sala com os trabalhos, na cabecinha deles também passava um flash de tudo que vivemos.
O Renan até comentou que ele adorou a escrita pictográfica, mas que não teria onde guardar tudo que fazemos em folhinhas se fosse naquela época. Todos caíram na gargalhada.
Sou muito grata por esta experiência proporcionada pelo PEAD, mais uma vez mudou não só as minhas aulas, mudou a minha visão como ser humano, minha experiência e com certeza me deixou mais confiante frente as mudanças.
Termino esta arquitetura, iniciando outra, ou melhor dando continuidade ao trabalho iniciado, mas muito mais feliz do que no início, muito mais fortalecida e confiante no processo.
Amanhã postarei as fotos da exposição pois estão na máquina da colega Beatriz. Não vejo a hora de ver como ficaram!
Este final de semana foi de lascar. Trabalhei sábado das 8 ás 20 horas e só pude refazer a minha arquitetura quando retornei.
Fiquei muito feliz por estar novamente com internet, isto ocorreu na sexta á noite e claro facilitou meu trabalho e muito. Só postei hoje, pois fiquei lendo, relendo, querendo encontrar coisas que ainda necessitavam, ser alteradas. Ás 17 horas do dia de hoje achei melhor postar, seja o que Deus quiser, pois acho que se eu conseguir expor ao menos metade de tudo o que vivenciei e aprendi já estará maravilhoso. Isto porque sei que foi uma experiência e tanto, uma construção que mudou muito minhas aulas e que trouxe excelentes resultados.
Agora, ao terminar de escrever no Blog, vou organizar a mionha apresentação; já tenho tudo em mente, só falta organizar tantos pensamentos.
Para quem irá presenciar, aguardem uma viagem fascinante!
“A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe”.
Jean Piaget

segunda-feira, junho 28, 2010

Passei este final de semana trabalhando no Portfólio de Aprendizagens, relendo as postagens, meu wiki e olhando o diário de classe. Isto fez com que eu percebesse não as aprendizagens dos alunos somente, mas o quanto eu cresci neste período e o quão significativas foram estas aprendizagens. Já pude perceber nesta semana que minha vida como educadora terá o antes e o depois no que se refere a trabalhar com arquiteturas. E olha que isto me dava muito medo!
Me dei conta também do quanto foram úteis as colocações da professora Denise quando pedia para eu anotar as falas dos alunos, os comentários e tudo que envolvesse o trabalho que estava sendo realizado.
Tenho que agradecer imensamente, pois isto fez com que ficasse mais fácil realizar este workshop. Escolhi apresentar a exposição dos meus alunos, tenho certeza que será um momento ímpar, pois estamos trabalhando nela á tempo e teve que ser adiada duas vezes o que aumentou e muito o interesse destes e a ansiedade por este momento.
Os convites já estão enviados, os Portfólios encadernados e o power point pronto.
Power point que me dá muito orgulho, pois foi realizado pelos alunos no laboratório de informática na última semana de estágio. Colocaremos expostos os trabalhos que realizamos em relação as pantominas e todas as atividades artesanais.
Os pais receberão as gravações em um cd de todas as fotos tiradas neste período juntamente com o power point, o Portfólio encadernado contendo as atividades escritas e os registros que fizemos neste processo.
Não há como negar que meus pensamentos só estão neste dia, cheguei a sonhar...
Aproveito este espaço para fazer alguns agradecimentos antecipados, pois não acabei esta etapa, mas cheios de carinho e admiração até porque estas pessoas me ajudaram e tornaram significativas minhas aprendizagens. Primeiramente a professora Denise a Eliane que foram sensacionais, de uma atenção e competência incríveis e depois á meus queridos alunos que toparam embarcar comigo nesta viagem pela história. Foi lindo ver nos olhinhos deles a curiosidade, o interesse a parceria.
Obrigado é pouco!!!

terça-feira, junho 22, 2010

Aprendizagens sobre o estágio...

Durante o estágio desenvolvi com meus alunos uma arquitetura de questões de aprendizagens, onde trabalhamos sobre a história da escrita e todos os assuntos que fazem parte desta história e chegamos á algumas conclusões e aprendizagens.
A escrita não é recente, ela surgiu há milhões de anos a.C., os povos da pré história não tinham nenhuma escrita alfabética, mas tinham várias formas de registrar, comunicar e conhecer através de gestos, sinais, marcas e desenho. Porém ainda não era um tipo de escrita, pois não havia organização, nem mesmo a padronizaçãodas representações gráficas.
A escrita foi propriamente elaborada e criada na Suméria há cerca de cinco mil anos. Surgiu pela necessidade de comunicação que as pessoas tinham e tem até os dias de hoje.
Naquela época, a escrita começou a ser feita em tabletes de barro, ou seja, em pequenos bloquinhos de barros. Mais tarde, usou-se também madeira, metal, e muitas maneiras de escrever em vários pontos do mundo, de acordo com a língua falada em cada região. Como as línguas eram diferentes, apareceram formas de escrever bem variada.
Na China e no Egito também se desenvolveram sistemas de escrita muito importantes no mesmo tempo que na Suméria, mas um sem saber da existência do outro, uma vez que não existia comunicação naquela época.
Nas pirâmides, as paredes internas eram repletas de textos que falavam sobre a vida dos faraós, rezas e mensagens para espantar possíveis saqueadores. Uma espécie de papel chamada papiro, que era produzido a partir de uma planta de mesmo nome, também era utilizado para escrever.
Todos os sistemas que vieram depois vieram de um destes quatro primeiros. Mas logo vieram as dificuldades, pois os desenhos utilizados muitas vezes não mais eram suficientes para escreverem tudo o que queriam então, com o grande número de povos e as conquistas, a escrita cada vez mais, veio se tornando uma necessidade para as civilizações. Então passaram a criar símbolos para poderem representar as coisas, cada vez mais, esses símbolos foram sofrendo modificações. Tiveram que começar a combinar os símbolos e por fim os sons.
Surgiu então uma maneira de escrever na qual eram observados sons da fala.
Juntando os sons, temos unidades chamadas sílabas ou as vogais e as consoantes separadamente, conforme a língua. Esse tipo de escrita que representa separadamente as vogais e as consoantes é chamado de alfabeto.
Até o alfabeto ser inventado, passaram-se 1800 anos na história da escrita.
No fim da idade média, o alfabeto latino começou a ser usado para escrever várias línguas, como o português, o francês, o espanhol e o italiano. Esse alfabeto mostrou-se tão interessante, útil e prático que hoje em dia todas as línguas do mundo podem ser escritas com este sistema.
Sem dúvidas, a escrita foi um dos principais instrumentos para a grande evolução da humanidade, devido ao grande de sociedade, surge essa necessidade de comunicação

segunda-feira, junho 21, 2010

Paleotoca



Esta semana foi utilizada para completar os quatro dias que haviam ficado faltando devido aos dois lutos que aconteceram na minha escola e também aos dias do feriadão. Aproveitei para realizar várias atividades que haviam ficado pendentes, e as que necessitavam de melhor desenvolvimento.
Ainda na sexta feira, mesmo não fazendo mais parte oficialmente dos dias do estágio, utilizei para realizarmos mais uma vez a atividade de amarelinha no pátio da escola. Usamos os pedaços de carvão que haviam sobrado e a grande vontade de todos, posso até dizer que foi a atividade física mais apreciada pela turma!
Na busca por um local para desenharmos no pátio da escola, os alunos encontraram um buraco de tatu e na mesma hora a Camila gritou para os demais que era uma caverna.
O Diogo falou que poderia haver dinossauros, gritaram fizeram a maior festa e foi difícil conter a euforia. Acostumados com as fotografias, queriam que eu pegasse a máquina para tirarmos uma foto, mas como eu já havia devolvido para minha colega não pude realizar o desejo deles.
A Yéssica disse que era uma caverna misteriosa e que a mãe dela havia trazido para ela uma folha da Zero Hora que falava sobre o mesmo assunto. Pedi á ela para trazer para que todos pudessem ler. No dia seguinte lá estava ela animada com o recorte na mão, juro que eu havia até duvidado, mas era verdade. Isso me deixou muito feliz por vários motivos, um deles é por uma mãe de aluna ter lido, associado ao que estamos trabalhando e ter trazido para filha, outro é devido ao fato deste assunto ainda estar gerando neles tanto interesse e espírito investigativo. Que coisa maravilhosa!
Resolvi abraçar a causa e fomos pesquisar este assunto.
Na Zero Hora, se tratava de uma Paleotoca, que são buracos escavados por animais que existiam a milhares de anos, mas já não existem mais. Geralmente utilizavam estes lugares como abrigos, assim como fazem hoje os tatus. Esta paleotoca á que a Yéssica se referia foi encontrada no Boqueirão do Leão, os pesquisadores descobriram esta toca com 37 metros de comprimento.
A nossa misteriosa caverna não era tão grande, nem parecia estar sendo habitada á muito tempo, mas claro, não sabemos, iremos observar e ver o que podemos descobrir sobre ela. A pedido do Eduardo, medimos o tamanho para comparar com a paleotoca trazida na reportagem da colega. Utilizando uma régua, descobrimos que ela tem um metro e quinze centímetros de profundidade e a largura é de quarenta e sete centímetros.
Encontramos este buraco de tatu, devido á parte do muro que esta sendo derrubado para arrumação; este muro é exatamente na divisa com o Arroio Feijó que passa atrás da nossa escola e devido á esta proximidade, a umidade esta fazendo com que o muro desabe.
Mesmo tendo concluído oficialmente o estágio, achei importante narrar este fato, pois tenho certeza de que não somente o assunto, mas a forma de desenvolver este assunto criou um desejo investigativo que terá que continuar sendo trabalhado. A possibilidade de descobrir, testar, dar a sua opinião, comprovar e participar acima de tudo faz com que os alunos queiram e questionem cada vez mais. Desenhamos o tatu, fomos á sala de informática descobrir o que é uma paleotoca, e continuaremos é claro, pois as idéias e pedidos já estão enormes e animadíssimos!

quarta-feira, junho 16, 2010

A semana que transcorreu foi muito especial, pois á tempos eu queria realizar com meus alunos uma produção textual coletiva sobre nossas aprendizagens registrando no wiki, mas como o tempo era sempre apertado ficava para depois; finalmente esta semana aconteceu!
Toda produção foi feita pelos alunos, com o meu registro e organização das idéias e no título, fizemos até votação para não deixar ninguém chateado, foi incrível.

As letrinhas
(Título sugerido pelo Diogo e aprovado pela maioria)

As letras começaram a aparecer ainda no tempo das cavernas, aquele tempo que tinham os dinossauros, até o Rex. Era tudo muito perigoso, então os homens queriam avisar aos outros destes perigos, de onde tinha tatu para caçarem, comida e onde eles moravam. Por isso escreviam nas paredes das cavernas uns desenhos que foram se transformando letras com o tempo, pois naquela época não tinha telefone sabiam?
Para escrever nas paredes eles usavam carvão que queimavam as madeiras e elas ficavam pretas, boas para escrever. Também escreviam com uma tinta que faziam com o sangue dos animais e gordura. Muito legal.
Com o tempo os homens escreveram na argila, mas não era nesta que tem nas lojas para vender, pois não haviam lojas, eles tiravam do chão e faziam umas plaquinhas, não usavam lápis, pegavam pauzinhos para marcar a argila que é um tipo de barro.
Eles usavam estas coisas estranhas para escreverem pois não existia os cadernos, nem os papéis. Quem inventou o primeiro tipo de papel foram os egípcios, deram o nome de papiro, parece com o filtro de fazer café preto, mas não é.
Assim, as letras foram sendo inventadas, então em cada lugar umas pessoas faziam letras diferentes, chineses, árabes, egípcios, muitos que nem lembramos todos.
Assim as letrinhas foram melhorando agora estão assim:
a-b-c-d-e-f-g-h-j-k-l-m-n-o-p-q-r-s-t-u-v-y-w-x-z

Para produzir este texto, utilizamos praticamente a semana inteira, primeiro eu anotava o maior número de idéias possíveis, depois ia descartando com eles algumas coisas, e olha que não queriam abrir mão de nada. Que loucura estes debates. Depois eu lia para eles o que havia permanecido e fazia algumas modificações conforme o desejo destes meus lindos escritores.
Outro aspecto que foi muito marcante nesta semana foram às visitas ao laboratório, me dei o luxo de utilizá-lo três vezes para pesquisarmos sobre a escrita e poderem ver outras informações sem ser as que eu levava para sala de aula. Alguns alunos conseguiram associar muitas informações ás aprendizagens que já havíamos construído, outros disseram:
_ Olha sora, estão ter imitando!
Adorarm ver que o mesmo alfabeto e a trilha de numerais que temos na parede da sala estão no teclado, só isso já foi um enriquecimento e tanto nos nossos trabalhos!
Esta semana, partindo do tão idolatrado dinossauro, começamos a criação de um bichionário, aproveitando o alfabeto criado por eles. Colamos ali os desenhos de cada animal que ia sendo conhecido, construímos no bloco o nome do animal com letras de revistas, e associamos as iniciais de palavras já estudadas que tinham as mesmas iniciais, mas claro, não conseguimos acabar, é um trabalho que será continuado ao longo deste trimestre, pois é bastante extenso e complexo.
O trabalho com as formas geométricas foi muito rico, porém não pode ser desenvolvido da forma como eu queria, mais detalhado, então decidi que darei prosseguimento nestas atividades.
Me dei conta que na próxima semana acaba o período de estágio e eu ainda tenho tanta coisa para fazer...
Eu estava tão temerosa e acabei me apaixonando por esta história toda que criei para motivar as crianças, chego a ficar eufórica quando sento na frente do computador para planejar o qual o planejamento mais adequado são tantas idéias que mal consigo por em prática. Talvez eu viaje demais, ou talvez eu tenha mesmo dado a sorte grande e escolhido um assunto muito bacana e envolvente.
Percebo que cada dia mais meus alunos estão desenvolvendo habilidades que demonstram seu crescimento cognitivo, mas nenhuma delas se compara com o fato de estarem a cada dia, mais críticos e seletivos, tanto nos seus questionamentos e no que querem aprender.
Olhando esta trajetória, percebo o quanto eu cresci neste período, o quanto tudo isto está me tornando uma professora e pessoa melhor.

segunda-feira, maio 31, 2010

Que semana!!!

Esta semana que se passou, ao ler o comentário da professora sobre meu planejamento fiquei preocupada, isso porque pelo que ela colocou eu estava saindo do contexto. Nossa, cuidei tanto para que tudo estivesse interligado, de repente percebi que não era assim que estava parecendo para quem estava lendo.
Depois da preocupação, me centrei e percebi que o que eu deveria fazer mesmo era explicar o que eu estava fazendo, ou melhor, tentar de um outro ângulo, explicar minhas idéias.
Esta semana preocupei-me em continuar contando para as crianças a história da escrita e ao meu ver a escrita de cartas não poderia faltar, porque a escrita surgiu devido a necessidade de comunicação dos homens e num determinado momento, a medida que a população foi se distanciando, surgiu a necessidade de se comunicar com os entes queridos. E como se comunicar sem telefones, Internet, etc?
Os alunos ficaram apavorados e questionaram como não existia telefone, na verdade não imaginam a vida antes destas tecnologias, expliquei que enviavam cartas. Trouxe uma réplica da carta do Descobrimento do Brasil, li um pequeno trecho para eles, expliquei a dificuldade em trazê-la para o rei e como as cartas na época eram modernas e importantes. Fui fazendo algumas apresentações de cartas como as que eram jogadas no mar, escritas nas cavernas, sem deixar de associar a mesma a necessidade de comunicação e que somente foi possível devido á invenção, digamos assim, da escrita.
Quando falei para eles que iríamos escrever uma carta para enviar aos colegas, ficaram um tanto surpresos, alguns até disseram que só conheciam cartas de contas, de luz, de água, etc...
A escrita das cartas foi um sucesso, cada um escreveu o que quis e desenhou para complementar, alguns até escolheram sinais para explicar o que queriam dizer; como mãozinha para dar tchau, coração para representar carinho. Uns alunos escreveram letras soltas, outros palavras conhecidas e alguns até as palavras amor, amigos e te adoro.
Lacramos as cartas e eu então escrevi os endereços para que os carteiros por sua vez conseguissem entender (risos). Eles eufóricos disseram que já iriam esperar pela entrega ansiosos!
Trabalhamos a palavra carta, carteiro e realizamos atividades escritas com o mesmo contexto.
O motivo para trabalhar os sinais, se deu por que muitas crianças antes de escreverem se utilizam de sinais para fazer o reconhecimento dos objetos, situações ou sentimentos como ocorreu na escrita das cartas, além de também ser uma forma de comunicação, utilizada por pessoas não alfabetizadas, alfabetizadas, crianças em processo de alfabetização, etc...
Trabalhamos com os sinais mais conhecidos e os nomes de alguns, construímos, desconstruímos as palavras com o alfabeto móvel e formamos outras, foi um processo muito enriquecedor.
Ao mesmo tempo que realizamos este trabalho, descobrimos a necessidade de comunicação visual na escola, então criamos placas específicas para esta, como não correr, banheiros masculino e feminino, proibido passar...
Eles se sentiram importantes, pois sabiam ler a maioria das placas. Acho que estou no caminho certo, mas não tenho certeza então se insisti no erro, peço desculpas á professora que me alertou.
Ao iniciar a viagem pela história da escrita comentei e registrei sobre a necessidade de comunicação, passei pelas diferentes escritas dos povos, a criação dos numerais, e a agora a sua evolução que foi do carvão para argila, para tinta feita de sangue dos animais, para criação do alfabeto e utilização convencional. Agora quero contar a parte histórica da escrita que passa pelas cartas tão utilizadas antigamente até chegar ao computador, e-mails, e tudo mais. Quando fechar meu trabalho quero utilizar o computador para escrevermos, produzirmos um power point e depois apresentarmos para a comunidade escolar, vocês claro e minhas colegas na exposição que acontecerá na escola realizada pela turma 14 alunos da professora Cristina.
Em relação á leitura da Psicogênese da Língua Escrita, continuei lendo e assim como consta no livro, estou conseguindo uma transformação na forma em que eu pensava a alfabetização. Percebi algumas semelhanças do que é proposto com meu trabalho quando proponho um ensino baseado na evolução cognitiva, priorizando as competências que as crianças desenvolvem nesta faixa etária, juntamente com a evolução lingüística, as quais englobam os conhecimentos necessários para o aluno aprender a ler e a escrever. Outro fator que achei estar contemplando de acordo com os estudos, é o fato de todo trabalho ser desenvolvido em cima de um rigoroso planejamento curricular centrado no processo de aprendizagem das crianças. Há um conjunto de conteúdos a serem ensinados que prevêem o tipo de linguagem a ser utilizado, os objetivos das atividades e a forma como realizá-las. Tento organizar estes conteúdos em progressão, de forma evolutiva, uma vez que os mesmos materiais e objetivos são revisitados pela professora e tutora, porém com propostas cada vez mais desafiadoras, dependendo do nível cognitivo do aluno.
Como propõe Emília Ferreiro, alfabetizar é um processo de interação com a língua escrita em que o grande desafio não é apenas decodificar, mas também compreender os usos sociais da escrita.
Ufa, que semana!!!

segunda-feira, maio 24, 2010




Esta semana me bateu um pânico sobre a alfabetização dos alunos. Me dei conta que estamos em maio quase junho e fiquei com medo que meus alunos não consigam ler e escrever a tempo, até porque nunca fui professora de primeiro ano e isso está me apavorando um pouco.
Presenciei uma reunião em minha escola em que este assunto foi abordado. Percebi que todas tentam realizar este processo de aquisição da escrita de uma forma mais tradicional e estão meio curiosas digamos assim sobre a metodologia que estou aplicando. Estou com algumas dúvidas mas acredito que faça parte afinal é buscando as respostas que aprendemos mais e tenho tentado direcionar as minhas aulas pensando na realidade de meus alunos, e destes, alguns tem uma triste realidade.
Acho muito triste quando crianças chegam nas escolas, como alguns alunos que possuo, sem acesso à leitura. Isto porque são oriundos de famílias mal entendidas pelo sistema de ensino, que na maioria das vezes não sabem ler nem escrever e acabam permanecendo assim; nesta situação de exclusão.
Eu tenho poucas crianças, são exatamente 26 frequentando. A maior parte filhos de pais com baixa escolaridade e que tem pouco acesso o material escrito. Ensinar para estas crianças, que muitos consideram em partes condenada ao fracasso me desafia.
Claro, não tenho somente estes tipos de alunos, também possuo outras crianças, nascidas em ambientes em que livros, revistas e jornais circulam naturalmente e em que a leitura é valorizada e a escrita utilizada no dia-a-dia.
Tenho tentado adquirir melhor conhecimento teórico para embasar minha teoria, ter uma prática bem planejada e aplicada e muita dedicação, muita mesmo, minha família que o diga, mas o medo... Este medo de não conseguir, de não estar fazendo o correto tem me deixado angustiada. Ás vezes acordo a noite com uma idéia que acho ser importante trabalhar com meus alunos, levando e anoto para não esquecer. Minha cabeça tem viajado muito na busca pela qualidade. Por este motivo que até então não havia trabalhado com primeiro ano, não é moleza não!!!
Quero muito que meus alunos sigam na escola e na vida enfrentando dificuldades para fazer da leitura um meio de aprender, se informar, trabalhar e participar da sociedade em pé de igualdade.
Estão tendo contato com textos diversificados, até receitas trabalhamos esta semana, ouvem histórias diariamente contadas por mim, e uma vez a cada quinze dias pela bibliotecária. A utilização do material concreto tem sido realizada, já tive dificuldade em balancear a rotina, pois existem atividades que tem de ser realizadas com freqüência quase diária, mas agora estou dosando melhor o tempo e se não consigo dar conta de alguma delas num dia, compenso no outro; pois acredito que o importante seja dar continuidade.
Apesar do medo, sei que meus alunos vão aprender; afinal estou trabalhando muito para que isso aconteça.
Beijoquinhas e até a próxima semana!

terça-feira, maio 18, 2010

O alfabeto enfurecido







No dia 2 de maio fui até a Fundação Iberê Camargo para visitar a exposição de Leon Ferrari e Mira Schendel O alfabeto enfurecido. Fui atrás de mais conteúdo digamos assim para minha arquitetura, mais embasamento, uma outra visão de algo que também estou trabalhando, o alfabeto.
Na exposição percebe-se o interesse de ambos artistas pela linguagem, pois os trabalhos apresentados manifestam e mostram a linguagem encarnada e vinculante, a linguagem como materialidade escrita e vestígio, a linguagem como tremor de mão e estremecimento de corpo. Todavia, além de uma questão de linguagem, o que se manifesta em suas obras, até mesmo naquelas em que não se pode identificar a matéria lingüística, é justamente a escrita no sentido de traçar as letras, a sua capacidade para funcionar como representação visual da enunciação. Acredito que venha daí o título, até porque, lembrando Esther Grossi, quantos cidadãos não podem utilizá-lo, para quantos o alfabeto não diz nada. Eles são cegos na escrita. Poderíamos compará-los também ao menino da história de Ruth Rocha O menino que aprendeu a ver. E cada dia mais, chegamos ao final do ano letivo com milhões de crianças, que não conseguem a maravilha de juntar as letras e descobrir o que esses sinais ns revelam, nos proporcionam.
Vendo a exposição acompanhada de minha filha de três anos pude perceber que ela também faz a sua leitura, diferente da minha, que difere do artista, e assim por diante, pois somos seres únicos dotados de diferentes entendimentos de uma mesma obra, situação...
Mas o fascinante de tudo é que ela já faz uma leitura da arte e a arte ao lado das ciências não deixa de ser uma tentativa diferenciada de entender o mundo, mas claro que em relação á arte temos toda uma carga de afetos, pois nos emocionam ao mesmo tempo que explicam.
Nós professores tentamos sempre utilizar as duas em nossas aulas, a arte e a ciência, podemos dizer até que uma complementa a outra para que ocorra uma educação de qualidade, também podemos dizer que estamos todos os dias tentando acalmar este alfabeto enfurecido, tentando ensinar a ler e escrever crianças adolescentes e adultos. Ensinando a ver aquilo que parece invisível, ou melhor dando visão á quem não a tinha.
É lindo esta doma que acontece quando ao alfabeto enfurecido. É lindo quando a leitura, o conhecimento, o entendimento destes sinais gráficos vem a tona e descobre-se o outro mundo, o mundo das palavras o mundo da comunicação, o mundo da escrita.
O passeio foi ótimo e as descobertas melhores ainda!

segunda-feira, maio 10, 2010



Sempre gostei da teoria sócio construtivista da educação, mas na verdade ainda tinha muitas dúvidas e tenho. Por isso arregacei as mangas, e fui pesquisar um pouco mais. Confesso que tenho perdido noites e noites, não tenho tido finais de semanas, nem família, mas está valendo a pena, pois estou lendo e lendo muito; Jean Piaget, Emília Ferreiro, Vygotsky...
Conforme vou lendo e trocando com colegas, vou aplicando as descobertas com a minha turma. Os resultados estão aparecendo aos poucos, mas me sinto muito feliz, pois mais de 80% dos meus alunos já sabem reconhecer as letras do alfabeto, assim como ler placas, rótulos, nomes de colegas, objetos comuns na sala de aula e em suas casas, etc...
Tenho certeza de que os laços de afetos que estamos criando nestas construções de aprendizagem e vivências diferenciadas cada dia mais se fortificam. Esta história de trabalhar com arquiteturas não esta sendo nada fácil, mas como já diziam os antigos tudo que é difícil é melhor e quanto á esta situação se emprega perfeitamente. Adoro quando chega segunda feira e cada um conta o que fez no final de semana. Damos muita risada e isto é agradável demais; assim como quando discutimos os assuntos que vamos trabalhar, as hipóteses e as conclusões.
Tenho dado muita prioridade ao intercâmbio oral; ouvir com atenção e formular perguntas que saciem os questionamentos existentes ou abram espaços para tantos outros. É um verdadeiro desafio.
E neste desafio estão comigo 26 alunos muito especiais; turma 14, escola Professor Gentil Viegas Cardoso