quinta-feira, setembro 24, 2009

Homenagem...

Pessoal, mexendo em minha caixa de recordações encontrei um texto que foi uma homenagem de uma turma de EJA que estava se formando no ensino Fundamental na escola Stella Maris em Alvorada onde eu trabalhava com EJA e onde trabalho atualmente com quartas séries. Não resisti e quis publicar aqui para conhecimento de todos, pois é algo lindo e de uma sensibilidade que emociona!

Um caderno aberto a mesa
Está lá, com vozes e verbos
Estrofes ou versos discretos, secretos na alma
O aluno da EJA
Com garra de ir e partir
O avanço, o descanso
O chorar o sorrir
Está lá a seguir nos estudos
As forças, as provas, trabalhos o esforço absurdo

O texto é uma janela fenestra
Com pontos comuns e treinos de CESAR Correção reticências a pausa
A dissertação

O cálculo é a soma
O mais e o menos a conta a calma ou o alarme
Josiane e a Carmem

Os lugares, os países
Os rumos as raízes
Povos matizes
Um saber á luzir
Mestre Jodir

A religião e uma lingua outra
As letras distintas
O não português
O inglês viaja no barco da vida Odisséia
Dinda Edinéia
A arte e a vida
O desenho a pintura a expressão que irmana,
reflexiva, legal, bacana
A Silvia das Anas

A ciência e os estudo
As plantas sementes caule e tudo
As classes e as membranas
A Ana Cristina das anãs

A história, memória
Simplória e glória
A guerra e a paz
A história é um velho rapaz
O rei da república
Idéias insanas humanas
Salve, salve Adriana

Uma cesta, um ponto
Um gol
á saúde
Riso, juventude
Para a construção da vida
O esporte é um andaime
Valeu Viviane!!!

O início das Ts
O T,O,A,O B e o ABC
O um, o dois
O antes de qualquer depois
A coleta coletânea
Obrigado Tânia

O livro em mãos
Nossa ou dela
É esperança á educação
Ler é uma brincadeira séria
Obrigado Zélia!

A ajuda ali ao lado
O controle e a ordem
O abrir portas e portões
Uma amiga que ensina
Maria Cristina

A folha está pronta
Um novo inscrito
Um outro que volta
Tá pronto o xerox e vamos para sala
A MARA é mara!!!

A lei o horário
As aulas a reunião calendário
O certo correto, organização
O errado não passa
A supervisão da Graça

Uma lição uma conversa
Aberta discreta
Um erro que se arruma
Um ou dois concertos antes mesmo dos males
A vice Magali

A ordem, a protetora
A sempre professora
Coordenadora
Luciana, diretora
Não esqueçamos dos que aqui passaram
Cris, Luciano, Liomara E outras pessoas raras
Páginas que ficam na alma

Se alguém ficou de fora
Desculpas pedimos
E o que importa é que vocês afilhados
Agora, depois de estudo e sacrilégio
Saem hoje, como alguns chamam, do colégio
E hoje estão de mãos dadas com o ensino médio.

terça-feira, setembro 22, 2009

Eles têm muito a ensinar...



Quando se trata de materiais específicos em educação na EJA, infelizmente, é evidente a dificuldade em encontrar novidades, experiências publicadas,etc... Assim, temos que ser cada vez ,mais criativos e grandes pesquisadores, garimpadores de novidades e sugestões.E isso, é muito cansativo quando o professor que entra na EJA já esta na segunda ou terceira jornada e ainda tem que criar estratégias para driblar esta questão.Sem contar da falta de formação que nós educadores tem em relação á educação de adultos trabalhadores.
Assim que assumi minha primeira turma de EJA alfabetização, defrontei-me com problemas típicos de turmas regulares, como a baixa auto estima, pouca participação e muitos atrasos e faltas. Mas o que diferencia eles dos demais são as razões que movem os mais velhos.A auto estima é baixa por que vivemos numa sociedade que os faz desacreditar da própria capacidade cognitiva.E cabe á nós, educadores encontrarmos meios de fazermos todos os alunos acreditarem em si mesmos. É preciso ter sensibilidade para ouvir e interpretar o comportamento deles. Ele chega muitas vezes atrasado por que perdeu o ônibus,ele não participa por insegurança,ele fala pouco pois tem vergonha da forma como se expressa...
Em todos os seis anos que trabalhei com EJA pude perceber que a maior causa da evasão é a ausencia de conteúdos realmente importantes para a vida do aluno, pois de tudo, o que mais importa é fazer parte do mundo, e principalmente, do mundo letrado. Sabedoria eles tem e muita, o que lhes falta realmente, é sistematizar os saberes e abrangê-los á tal ponto que dominem a sua aprendizagem.
Foi assim, vivenciando tantas experiências que eu aprendi que tenho muito á aprender com esta gente que tem tanto á ensinar!

Saudações á primavera!


Hoje inicia a primavera, então não podia deixar de publicar a foto da minha filha que foi rainha da primavera e estava linda por sinal!!!

segunda-feira, setembro 14, 2009

Planejamento?!



Realizando a leitura da interdisciplina Didática, Planejamento e Educação, pude dar boas risadas e me encontrar em várias falas da autora. Aproveitei a oportunidade e fiz uma comparação em como realizo hoje o meu planejamento e como o fazia á anos atrás. Sei que ainda tenho muito á melhorar, mas trabalhando com projetos pedagógicos ficou muito mais fácil entender e compreender parte deste processo tão rico. Deixei de lado aqueles planejamentos estáticos, prontos e passei a construir com meus alunos a aprendizagem, de acordo com as necessidades específicas de minha turma. Para isso foi necessário mudar muitas coisas e outras tantas que ainda estão em processo de modificação.
Quando se trabalha com pesquisa participativa, temos a possibilidade de conhecer a turma muito melhor para saber o que e como fazer para desenvolver a aprendizagem, pois uma turma é muito diferente da outra. Com as devidas informações em mãos, podemos elaborar estratégias adequadas para todo grupo considerando as características de cada um. Acredito que o plano de trabalho não pode estar pronto nos primeiros dias de aula, pois exige contato prévio com alunos e pais. No início é bastante complicado, mas depois que a comunidade escolar entende este processo, além de prazeroso, fica muito mais dinâmico.
Este ano, pudemos aprimorar a avaliação em nossa escola; tentamos acompanhar os alunos para traçarmos com eles o melhor caminho. Uma vez que no ano passado esta etapa teve muitos problemas e poucos êxitos. Tentamos modificar a definição de avaliação e pensá-la como um acompanhamento do camiho que o aluno faz, descobrindo as suas necessidades e alterando os rumos se necessário.Assim, não esperamos os resultados dos alunos no final, acompanhamos á todos, ajudando a ultrapassar os obstáculos do caminho, principalmente o de adotar esta forma tão trabalhosa de desenvolver a aprendizagem de nossos alunos.
O grande segredo desta forma de trabalho é contextualizar, trazendo o assunto trabalhado para o cotidiano dos alunos, já com os objetivos definidos em relação ao que queremos alcançar. Dentro destes objetivos, estão os nossos conteúdos, que devem contribuir para a formação de cidadãos conscientes, informados e capazes de participar ativamente da sociedade.
(continua)

terça-feira, setembro 08, 2009

O fracasso escolar nas escolas estaduais



Dia destes na escola estávamos conversando sobre os nítidos fracassos na escola e suas causas. Refletindo sobre este assunto fica nítido o fator que leva á este quadro tão alarmante; a política educaional equivocada pelos governos que estabelecem ações de mudança estrutural, com base puramente econômica, sem ter um vínculo sequer com o fator educação.Quer exemplo melhor?
O projeto de mudança na carreira do magistério, que tem como foco a valorização do professor por méritos.
De primeira vista, até parece uma forma adequada, pois os salários dos professores teriam acréscimos de acordo com as metas e os índices de aproveitamento dos seus alunos. Assim, repetências e aprovações, fariam com que professores tivessem salários diferenciados.
Com tudo isso apresentado neste projeto nos leva a concluir o quê?
Que ninguém mais que o professor é o culpado pelo fracasso escolar!
Um erro grosseiro na consideração dos diferentes contextos em que estão as escolas estaduais.Principalmente quando se trata a precária condição sócio econômica em que se enquadram a maioria de nossos alunos e isso não podemos negar afeta e muito o rendimento escolar.
Com esta proposta,as escolas de periferia que já possuem dificuldades naturais de rendimentos por parte de seus alunos, em comparação com escolas de zonas privilegiadas das cidades terão professores menos valorizados pelos critéritos de méritos propostos pelo governo.
Este tipo de atitude e reformas na educação, nos evidenciam a necessidade de reformarmos sim nossos governantes para que entendam de uma vez por todas que uma política pública para educação e efetiva de fato só terá sucesso quando for proposta por especialistas da área, os professores é claro.E quando nós, professores tivermos voz nesta busca incondicional por educação e valorização profissional.
Bom início de semana á todos!!!

sábado, setembro 05, 2009

Eja



"A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe." (Jean Piaget)

É pensando neste contexto que quero demonstrar a minha grande paixão e carinho pela Educação de Jovens e adultos (EJA), assim como o grande idealizador da alfabetização nesta proposta; Paulo Freire.
A EJA é um sistema de ensino utilizado na rede pública no Brasil para o inclusão de jovens e adultos na educação. Em síntese, tem o propósito de desenvolver o ensino fundamental com qualidade para aqueles que não estão mais em idade escolar.
Durante 6 anos de minha vida me dediquei á este trabalho e me sentia muito realizada quando começava a acontecer a alfabetização escolar com estes alunos de experiências tão ricas e grandes contribuições. Acredito que seja esta, a grande diferença da Educação na EJA, a bagagem trazida por eles é muito rica e sabendo fazer as associações necessárias, a leitura e escrita fluem tranquilamente.
Sabemos de que todas as pessoas indiferentemente da idade,religião ou etnia; tem direito ao ensino público, mas o que penso é na qualidade deste ensino, o qual primeiramente deveria garantir as necessidades educativas de cada aluno e tornar este ambiente educacional propício ao desenvolvimento da aprendizagem. Infelizmente não é isso que vemos em muitas das escolas que exercem esta educação.
A EJA é regulamentado pelo artigo 37, da lei nº 9394[1] de 20 de Dezembro de 1996 (LDB).
Esta, visa a transformação necessária, com o objetivo de cumprir de maneira satisfatória sua função de preparar jovens e adultos para o exercício da cidadania e para o mundo do trabalho. Sendo assim, e de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais para a concretização de uma prática administrativa e pedagógica verdadeiramente voltada para o cidadão, é necessário que o processo de ensino-aprendizagem.
Na última aula de Educação de Jovens e Adultos, conhecemos o professor Helvécio e sua equipe de trabalho, então comentou algoem que também acredito muito e guia minha prática. Quando nós professores nos comprometemos com os interesses da maioria dos nossos alunos, aprendemos cada vez mais, a repensar o nosso mundo e assim construir a aprendizagem!