segunda-feira, maio 31, 2010

Que semana!!!

Esta semana que se passou, ao ler o comentário da professora sobre meu planejamento fiquei preocupada, isso porque pelo que ela colocou eu estava saindo do contexto. Nossa, cuidei tanto para que tudo estivesse interligado, de repente percebi que não era assim que estava parecendo para quem estava lendo.
Depois da preocupação, me centrei e percebi que o que eu deveria fazer mesmo era explicar o que eu estava fazendo, ou melhor, tentar de um outro ângulo, explicar minhas idéias.
Esta semana preocupei-me em continuar contando para as crianças a história da escrita e ao meu ver a escrita de cartas não poderia faltar, porque a escrita surgiu devido a necessidade de comunicação dos homens e num determinado momento, a medida que a população foi se distanciando, surgiu a necessidade de se comunicar com os entes queridos. E como se comunicar sem telefones, Internet, etc?
Os alunos ficaram apavorados e questionaram como não existia telefone, na verdade não imaginam a vida antes destas tecnologias, expliquei que enviavam cartas. Trouxe uma réplica da carta do Descobrimento do Brasil, li um pequeno trecho para eles, expliquei a dificuldade em trazê-la para o rei e como as cartas na época eram modernas e importantes. Fui fazendo algumas apresentações de cartas como as que eram jogadas no mar, escritas nas cavernas, sem deixar de associar a mesma a necessidade de comunicação e que somente foi possível devido á invenção, digamos assim, da escrita.
Quando falei para eles que iríamos escrever uma carta para enviar aos colegas, ficaram um tanto surpresos, alguns até disseram que só conheciam cartas de contas, de luz, de água, etc...
A escrita das cartas foi um sucesso, cada um escreveu o que quis e desenhou para complementar, alguns até escolheram sinais para explicar o que queriam dizer; como mãozinha para dar tchau, coração para representar carinho. Uns alunos escreveram letras soltas, outros palavras conhecidas e alguns até as palavras amor, amigos e te adoro.
Lacramos as cartas e eu então escrevi os endereços para que os carteiros por sua vez conseguissem entender (risos). Eles eufóricos disseram que já iriam esperar pela entrega ansiosos!
Trabalhamos a palavra carta, carteiro e realizamos atividades escritas com o mesmo contexto.
O motivo para trabalhar os sinais, se deu por que muitas crianças antes de escreverem se utilizam de sinais para fazer o reconhecimento dos objetos, situações ou sentimentos como ocorreu na escrita das cartas, além de também ser uma forma de comunicação, utilizada por pessoas não alfabetizadas, alfabetizadas, crianças em processo de alfabetização, etc...
Trabalhamos com os sinais mais conhecidos e os nomes de alguns, construímos, desconstruímos as palavras com o alfabeto móvel e formamos outras, foi um processo muito enriquecedor.
Ao mesmo tempo que realizamos este trabalho, descobrimos a necessidade de comunicação visual na escola, então criamos placas específicas para esta, como não correr, banheiros masculino e feminino, proibido passar...
Eles se sentiram importantes, pois sabiam ler a maioria das placas. Acho que estou no caminho certo, mas não tenho certeza então se insisti no erro, peço desculpas á professora que me alertou.
Ao iniciar a viagem pela história da escrita comentei e registrei sobre a necessidade de comunicação, passei pelas diferentes escritas dos povos, a criação dos numerais, e a agora a sua evolução que foi do carvão para argila, para tinta feita de sangue dos animais, para criação do alfabeto e utilização convencional. Agora quero contar a parte histórica da escrita que passa pelas cartas tão utilizadas antigamente até chegar ao computador, e-mails, e tudo mais. Quando fechar meu trabalho quero utilizar o computador para escrevermos, produzirmos um power point e depois apresentarmos para a comunidade escolar, vocês claro e minhas colegas na exposição que acontecerá na escola realizada pela turma 14 alunos da professora Cristina.
Em relação á leitura da Psicogênese da Língua Escrita, continuei lendo e assim como consta no livro, estou conseguindo uma transformação na forma em que eu pensava a alfabetização. Percebi algumas semelhanças do que é proposto com meu trabalho quando proponho um ensino baseado na evolução cognitiva, priorizando as competências que as crianças desenvolvem nesta faixa etária, juntamente com a evolução lingüística, as quais englobam os conhecimentos necessários para o aluno aprender a ler e a escrever. Outro fator que achei estar contemplando de acordo com os estudos, é o fato de todo trabalho ser desenvolvido em cima de um rigoroso planejamento curricular centrado no processo de aprendizagem das crianças. Há um conjunto de conteúdos a serem ensinados que prevêem o tipo de linguagem a ser utilizado, os objetivos das atividades e a forma como realizá-las. Tento organizar estes conteúdos em progressão, de forma evolutiva, uma vez que os mesmos materiais e objetivos são revisitados pela professora e tutora, porém com propostas cada vez mais desafiadoras, dependendo do nível cognitivo do aluno.
Como propõe Emília Ferreiro, alfabetizar é um processo de interação com a língua escrita em que o grande desafio não é apenas decodificar, mas também compreender os usos sociais da escrita.
Ufa, que semana!!!

2 comentários:

mauranunes.com disse...

Que coisa incrível, Cristina! Já chegou o tempo em que apresentar uma carta em aula para os alunos causaria espanto aos mesmos, nossa! Não havia pensado nisso! Bem, ainda hoje, a comunicação é a alma do negócio. Mesmo no estágio, isto te faz pensar e repensar tua própria expressão escrita! Muitas vezes, o que nos parece claro, pode não estar para o outro, pois estamos muito envolvidos, não é mesmo! Bjs, Maura - tutora do SI

Iris disse...

Cristina, querida

Tenho acompanhado teu blog e percebo claramente os movimentos que tens feito para criar e fundamentar teoricamente as atividades que propões aos teus alunos. Percebo também que este período de estágio fez aflorar novas preocupações e isso é salutar.
Tens registrado elementos importantes que vão facilitar a elaboração de teu relatório e, mais adiante, do TCC.
Abra@os, Iris